Casais, vamos começar a semana com uma história linda! A Luciana perdeu a mãe três semanas antes do casamento, pensou em cancelar a comemoração, mas sentiu que sua mãe iria querer que ela fosse em frente com os planos da festa.
Preparem os lencinhos para o depoimento dessa noiva linda – que conheceu o noivo ainda no maternal!
“Antonio e eu nos conhecemos desde o maternal, e estudamos a vida (quase) inteira juntos. Fizemos o Jardim I na mesma sala e foi quando nos casamos pela 1a vez, na quadrilha da Festa Junina da escola aos 5 anos. Parece destino, né?
Eu me mudei com minha família para o interior de São Paulo durante 4 anos, mas quando voltei o Antonio ainda estava na mesma escola – e continuamos amigos até nos formarmos no colegial. Foi quando perdemos um pouco do contato, porque fomos para faculdades diferentes e acabamos nos distanciando. Até que, por acaso, nos encontramos em uma festa da minha faculdade e ele pediu meu telefone. E adivinha? Não, ele não ligou!
Algumas semanas depois eu comemorei meu aniversário em um barzinho e mandei um convite pro Antonio por Orkut e, para minha surpresa, ele foi – e ainda levou um amigo de bico, que acabou tão meu amigo que foi meu padrinho de casamento. E foi assim que começamos a sair e namoramos por 7 anos.
Foram 7 anos cheios de história em que rimos muito, viajamos muito, nos divertimos muito. Mas também tivemos nossos desafios, diferenças e tudo isso serviu para um grande amadurecimento. Minha mãe ficou bastante doente e o Antonio foi forte e corajoso o tempo todo para me ajudar a superar vários momentos difíceis que minha família passou.
Então resolvemos tirar férias no começo de 2016. Decidimos ir para Playa Del Carmen e Miami saindo em uma 6a feira a noite, mas como sou super tranquila, marquei um bate-e-volta a trabalho no Rio de Janeiro no mesmo dia da viagem com a certeza de que chegaria a tempo para embarcar. Parecia lei de Murphy: o aeroporto do Rio fechou! E quando finalmente abriu o tempo, Guarulhos e Congonhas fecharam. O Antonio estava tão bravo comigo a essa altura, mas eu não fazia ideia de que ele estava planejando me pedir em casamento.
Depois de 2 horas de atraso consegui decolar (eu ia direto para Guarulhos, onde o Antonio me esperava para embarcar para Miami), mas eu não conseguiria chegar à tempo no check in internacional e estava quase perdendo o vôo. No auge do desespero, o Antonio encontrou uma funcionária do check in que se compadeceu da história quando ele mostrou o anel de noivado, implorando que ela imprimisse meu cartão de embarque antes que o check in fechasse. Graças a Deus existem pessoas românticas no mundo: a moça imprimiu meu cartão e ficou esperando junto ao Antonio até que eu chegasse (toda esbaforida depois de atravessar correndo do terminal 2 ao 3 de Guarulhos), e toda feliz me entregou o cartão de embarque. O Antonio estava bem bravo comigo, mas depois que sentamos no avião, não conseguíamos parar de rir.
Foi uma viagem maravilhosa, do início ao fim. Já na primeira noite fomos jantar em um restaurante lindo em Playa Del Carmen, onde prepararam uma mesinha isolada na areia, toda cercada por tochas, de frente para a enorme lua cheia sobre o mar. Conversamos sobre muitas coisas no jantar, e no final o garçom insistiu para que pedíssemos uma sobremesa. Quando chegou o prato, o garçom tirou a tampa de metal e além do bolinho com sorvete eu vi uma caixinha aberta com um anel de brilhante. Foi assim que aceitei casar com o Antonio, e planejamos nosso casamento para o ano seguinte.
O ano de preparação do casamento foi um misto de emoções para mim. Por um lado, a enorme alegria de iniciar minha família e comemorar com os amigos, e por outro muita tristeza porque a saúde da minha mãe se deteriorou rapidamente. Mesmo doente, ela participou de todos os detalhes comigo: cada item da decoração, cada prato do buffet, a escolha de cada um dos profissionais. Ela negociou todos os contratos, revisou tudo comigo, olhamos juntas milhões de referências de vestidos, cabelos e maquiagem.
Como nossa festa seria fora de São Paulo, mais ou menos um mês antes nós realizamos o casamento religioso e civil em São Paulo, e minha mãe teve alta do hospital bem na véspera. Foi uma cerimônia extremamente emocionante, para apenas 40 pessoas em uma capela, seguida do casamento civil na casa dos meus pais. Foi inesquecível, extremamente especial.
Mas apenas cinco dias depois (3 semanas antes da festa), minha mãe faleceu. Até hoje penso que ela só precisava esperar para me ver entrar na Igreja, me ver casada, e então poder descansar. Eu fiquei arrasada, éramos melhores amigas; ainda somos. Tudo o que eu pensava era que não tinha sentido fazer festa, que ia cancelar tudo. Quando chegou o Dia das Mães, recebi meu pai e meus irmãos na minha nova casa e conversamos sobre isso. Juntos concluímos que minha mãe gostaria que eu mantivesse a festa, afinal cuidamos de cada detalhe juntas.
Fizemos um coquetel para padrinhos e poucos amigos na noite anterior à festa no hotel em que estávamos hospedados, e o clima era de tanto amor que é difícil descrever. No dia 3 de Junho de 2017 tivemos nossa festa e foi mais incrível do que eu podia sonhar. Fez um dia azul maravilhoso, nenhuma nuvem no céu, e o tempo estava frio, mas agradável. Tudo saiu perfeito. Mesmo não tendo feito minha prova final do vestido (com tudo que aconteceu, eu desmarquei as provas), eu estava muito calma e muito em paz. Fiz meu making of sem amigas e nem família – tinha planejado fazer com a minha mãe, mas como a vida quis diferente, decidi fazer sozinha e me concentrar apenas na minha nova vida que estava para começar.
Todos os profissionais que contratei foram pessoas muito especiais. Cuidaram tanto de mim que me senti preenchida e amparada o tempo inteirinho. Quando coloquei o vestido 100% pronto pela primeira vez foi 15 minutos antes da cerimônia, e ele ficou perfeito. Eu queria algo bem diferente e especial, por isso meu vestido não teve renda e nem bordados: ele foi todo feito em organza, pintado à mão depois de pronto. Ficou uma obra de arte! Usei um véu simples, apenas tule sem nenhuma aplicação, o que combinou muito bem com o cenário da fazenda. Coloquei um par de brincos de pérola com brilhantes que pertenceu à minha bisavó, e nas mãos levei durante toda a cerimônia um terço que era da minha mãe. Para os que acreditam, eu acho que ela estava lá, presente o tempo todo, olhando por nós e desejando que fôssemos felizes.
Nossa festa durou 12 horas e até hoje sorrio me lembrando do quanto nos divertimos. Só quem viveu perto de nós sabe o desafio que foram os meses anteriores ao nosso casamento, a montanha russa de emoções, e me sinto extremamente abençoada por ter uma família tão unida, amigos tão incríveis e por ter achado o homem da minha vida quando ainda era criança, mesmo que não soubesse. Que sorte a minha ter tudo isso”.
Fornecedores:
Fotos: Estúdio das Meninas | Assessoria: Flávia Boutros | Espaço: Fazenda Dona Catarina | Beleza da noiva: Wendel Cunha | Vestido da Noiva: André Betio | Decoração: Taís Puntel | Bar: Shakers | Vídeo: Makoto Filmes
Casamento lindo e história emocionante!
me encheu os olhos d’água!