Mamães e grávidas de plantão,
Primeiro de tudo, queria dizer que meu primeiro dia das mães foi maravilhoso!! Inclusive, fizemos nossa primeira viagem! Vou fazer um post contando sobre a experiência tá? Foi ótima!!
Segundo de tudo, não esqueçam que semana que vem começa o CASAR!!! Será demais, para mais infos, cliquem aqui!
Agora vamos ao post de hoje.
Ontem estava conversando com algumas amigas mães – inclusive todas tiveram filho via uma cesariana. E falamos que o ideal era que não se levantasse bandeira de nada.
Cada uma teve por um motivo: ou não conseguiram, ou o médico que não incentivou muito, ou porque não quiseram – afinal, ainda moramos num país livre onde podemos decidir o que é melhor para nós.
Eu já contei sobre meu parto aqui, então não entrarei mais no detalhe dele. Mas, confesso que ainda me pego explicando para as pessoas o meu. Aliás, não entendo porque logo que as pessoas sabem que você teve bebe, na sequência elas já perguntam: “foi normal?“. E eu respondo: “não, eu tentei, fiquei 12 horas em trabalho de parto, mas daí a cabecinha dele era muito grande, ele iria entrar em sofrimento, e minha médica achou melhor fazer cesárea“. A gente não tem que explicar nada para ninguém!
Bom, mas queria dividir com vocês um texto de uma fotógrafa de partos que achei muito interessante e gostei de ter lido! Mas, lembrando que, não estou levantando bandeira nenhuma ok? Até porque, eu queria sim ter tido parto normal, mas infelizmente esse não foi o destino que Deus quis para mim, e eu respeito! Mas, gosto de pensar que algumas mães que tiveram cesárea e sentem-se excluídas do grupo de mães que tiveram parto normal, ficam felizes e sentem-se “abraçadas” quando leem alguém falando sobre isso.
O texto é da fotógrafa Monet Moutrie!
“Como fotógrafa de partos, sou convidada para captar algumas das histórias mais importantes na vida de famílias. Eu penetro no espaço íntimo das famílias e documento os momentos pequenos e grandiosos que acontecem no parto. Conto a história da entrada de um filho no mundo. As lutas, os medos, a dor, a alegria.
Essas histórias são belíssimas.
Como fotógrafa de partos, sou convidada para captar algumas das histórias mais importantes na vida de famílias. Eu penetro no espaço íntimo das famílias e documento os momentos pequenos e grandiosos que acontecem no parto. Conto a história da entrada de um filho no mundo. As lutas, os medos, a dor, a alegria.
Essas histórias são belíssimas.
Vejo um certo tipo de parto sendo enaltecido como ideal, e em meu trabalho eu capto muitos partos que correspondem a esse padrão. O fictício “grande troféu do parto” sempre parece ficar com os partos vaginais sem anestesia, em que a mãe e seu parceiro participam ativamente, sem serem tolhidos por médicos ou enfermeiras. Ontem à noite li uma história estarrecedora sobre uma mãe que deu à luz em sua própria banheira, em casa, sem que isso tivesse sido planejado. O marido dela recebeu o bebê nas mãos, porque não havia mais ninguém presente. Eles estavam em casa, ficaram sentados no sofá, curtindo toda a beleza daquele momento. Foi uma história de parto incrível, e tenho certeza que será transmitida inúmeras vezes.
Alguns de vocês podem ter lido sobre o parto vaginal espantoso que fotografei em fevereiro, em que o bebê nasceu pelos pés. A mãe estava sendo preparada para uma cesárea de emergência quando sentiu necessidade tão urgente de empurrar que sua filha nasceu quando ela já estava na mesa de cirurgia, e os pés saíram primeiro. Foi mais uma história incrível de parto que inspirou inúmeras mulheres a não desistirem do que querem em matéria de parto.
Mas ultimamente ando pensando nos casos das mães cujas histórias nem sempre recebem likes, que não ganham parabéns e cujas histórias de parto não são compartilhadas no Facebook. Ando pensando nas histórias de parto por cesárea e das mulheres corajosas que dão à luz com tanta beleza e força.
Proponho que valorizemos estas três verdades relativas às mães de cesárea.
1. As mães que dão à luz por cesariana são corajosas.
Os preparativos para uma cesárea não são fáceis. Muitas vezes o companheiro da mãe não pode ficar com ela, ou então só pode entrar depois de ela ter recebido a anestesia peridural e todo o mundo ter “assumido suas posições”. Ou seja, enquanto médicos e enfermeiras se movimentam para todo lado, preparando a sala de cirurgia para o parto (e talvez conversando sobre o almoço ou sobre o filme que viram no fim de semana), a gestante fica sentada numa mesa gelada de operação, pensando no que vem pela frente, muitas vezes assustada e sentindo-se muito só.
Nessas horas, a mãe de cesárea precisa se apegar ao amor enorme que tem por seu bebê. Ela deixa o medo chegar… e então o deixa partir. Ela sabe que, nesse momento, o que é melhor para seu filho é isso, mesmo que “isso” seja uma cirurgia de grande porte, que envolve cortes e cicatrizes. Mesmo que “o que é melhor” envolva abrir mão do sonho ou da visão de parto que ela vem alimentando há nove meses.
Se você nunca passou por uma cesariana, experimente visualizar a realidade difícil desse momento. Ponha-se no lugar dessa gestante, em cima dessa mesa, esperando, possivelmente com medo. Acho que você vai perceber na hora como são corajosas as mães que dão à luz por cesárea.
2. As mães que dão à luz por cesárea são fortes.
Poucas mães dirão que uma cesariana foi a primeira opção que lhes veio à cabeça quando pensaram em dar à luz. Na melhor das hipóteses, a cesárea é algo que é feito por necessidade médica; na pior, pode ser feita devido às práticas desatualizadas do médico ou para a conveniência dele.
Algumas mães têm semanas para se prepararem mentalmente para mudar seus planos para o parto, mas outras têm apenas dias, horas ou mesmo minutos. De repente, tudo que a mãe visualizou para aquele momento em que vai encontrar seu filho cara a cara mudou. Seu plano de parto foi descartado. O que há pela frente é uma cirurgia. Ela não sabe quanto tempo terá que esperar depois do parto para poder segurar seu filho nos braços.
Nós, humanos, geralmente não nos damos bem com situações em que as coisas mudam de repente. Mesmo assim, as mães que dão à luz por cesárea encontram um jeito de abrir mão do orgulho e convocar aquela força interior que lhes permite encarar a nova realidade e dar à luz.
Então acontece a cirurgia. O corte, a sutura. A recuperação completa muitas vezes leva meses.
Depois de uma cirurgia de grande porte, a maioria de nós gostaria de ficar descansando, curtindo um prato de sorvete e uma pilha de filmes, mas as mães que deram à luz por cesárea fazem o contrário. Elas cuidam de seus bebês lindos e indefesos, os alimentam, criam vínculos com eles.
Essas mulheres são muito fortes, física e emocionalmente. E essa força não se manifesta necessariamente apenas no dia do parto: ela precisa continuar presente nas semanas, nos meses e nos anos que vêm pela frente. Enquanto isso, o corpo e a alma da mãe se refazem, e ela cria novos sonhos com seu filhinho no colo.
3. As mães que dão à luz por cesárea são belas.
A maternidade deixa cicatrizes em todas nós. Algumas delas são emocionais, e outras são físicas. As mães por cesárea muitas vezes têm os dois tipos. Mas suas cicatrizes são sinais da força e da coragem que elas tiveram quando puseram seus filhos no mundo. A cicatriz de uma mãe por cesárea é a porta pela qual passou seu filho em sua passagem de um mundo para outro.
Fico fascinada pelo caráter distinto de cada cicatriz: a textura, o comprimento, a localização. Cada cicatriz é singular, e cada história de parto por cesárea, também. As cicatrizes são belas e merecem ser elogiadas. Em vez de criticar as mães que dão à luz por cesárea, precisamos incentivá-las a mostrar ao mundo suas cicatrizes de coragem e força”.
Eu achei o texto lindo, me emocionei quando li. Quem ainda não teve nenhum tipo de parto, talvez não sinta-se tocada, mas quem teve uma cesariana, vai entender! E, o que vale mesmo, é no final termos esses gordinhos lindos nos nossos braços, não importa como – com saúde é o que importa!
Com carinho,
Mamãe Camila.