Casais!!!
Hoje vi um texto circulando pelo meu facebook e quando li adorei, e resolvi dividir com vocês (já que essa chuva nos convida a ficar largados no sofá, nada uma aproveitar o momento e ler, não é?).
Ele foi escrito por Bruno Astuto, na sua coluna da Revista Época.
Enjoy it!
“Tenho uma amiga que se orgulhava de, em 23 anos de casamento, nunca ter dito “eu te amo” para o marido. Batia no peito como uma vencedora, como o lado vitorioso de um eterno jogo de sedução, em que apenas uma parte cede, e outra capitula. Sua estratégia, garante, deixou-o sempre apaixonado, “no cabresto”. Quando ela o conheceu, disse-me, ele não era o homem sensível que se tornou ao longo de duas décadas, mas um rapaz agitado, que não parava com ninguém. “Eu nunca telefonei para ele para nada”, festejava. “E ele sempre me ligou”.
No fim do ano passado, uma tragédia abateu-se sobre esse casal. O marido teve um ataque cardíaco fulminante e não resistiu. Minha amiga não teve tempo de se despedir, nem mesmo de tentar salvá-lo — foi um enfarto de uma rara violência. O golpe lhe foi fatal; ela o adorava, mas não a ponto de lhe contar que o amava. “Disse por gestos, que, no começo, nunca eram suficientes. Com o tempo, ele passou a entender que não fazia parte da minha natureza dizer isso”.
Numa conversa recente, pedi à viúva que me deixasse publicar seu relato. Ela concordou, porque achava importante dividir com as pessoas a maior dúvida que lhe restou dessa terrível experiência: será que é realmente necessário economizar belas palavras? Quando será que dizê-las não demonstra fraqueza e vulnerabilidade? Por que somos tão pródigos com críticas e reprimendas e tão lacônicos com os momentos de emoção que o outro nos proporciona? Por que temos vergonha de dizer que amamos o marido, a mulher, o pai, a mãe, os irmãos e os amigos? E, se o dissermos, até que ponto não parecemos carentes e pegajosos?
“Antes de me casar, tive vários namoradinhos que sempre reclamaram do meu jeito fechado. Mas era simplesmente impossível para mim dizer o que sentia com tanta facilidade. Fui criada por pais amorosos, mas do jeito deles — era raro quando eles diziam que amavam a mim ou aos meus irmãos. Acho que minha grande influência foi a minha avó, que me dizia para tomar cuidado para não virar peteca na mão dos homens. E eu via o exemplo dos meus irmãos, que se desmanchavam para as meninas e, pelas costas, debochavam porque elas estavam no papo. Elas eram completamente românticos e melosas, e, quanto mais se apegavam, mais eles corriam. Disse pra mim mesma: ‘nenhum homem vai me chamar de melada’. Formei uma casca grossa, e conheci o meu marido.
Éramos amigos de faculdade, mas só começamos a namorar depois. Ele era o que a gente chama de galinha, mas isso era coisa da idade. Com o tempo e alguns perdões depois, engrenamos num relacionamento maravilhoso. Nós nos entendíamos muito bem, ganhamos dinheiro juntos, ele não economizava nas gentilezas. Só eu que não conseguia vencer a barreira de dizer a ele o quanto eu o amava. Nos primeiros anos, ele pedia que eu dissesse as palavras mágicas, mas eu não disse. Quando ele vinha me abraçar, cheio de chamegos, eu respondia: “tá, tá, vou fingir que acredito”, numa postura cínica em relação ao amor dele, o que era injusto, porque ele já tinha me dado várias demonstrações de que era um amor verdadeiro. Acho que eu passei nosso casamento inteiro tentando que ele provasse que me amava de verdade e, a cada prova que ele dava, eu queria outra maior para, enfim, poder dizer o que eu sentia e o que ele queria ouvir. A morte dele foi uma estupidez, ele era novo demais e merecia ter sabido, em bom português, o quanto ele era amado pela sua mulher. Hoje vejo que gestos não bastam; dizer é parte da natureza humana. Vejo pelos meus sobrinhos que os jovens não sabem mais o que é romantismo, que eles se tornaram robôs que encontram e desencontram pessoas na balada e que namorar é um ato banal, de passar um tempo juntos dando beijo na boca”.
Respondi a essa amiga que ela não deveria se culpar; que seu marido, um sujeito mais do que generoso, sabia muito bem o quanto ela o amava, porque era um homem feliz. Mas é fato que existem impulsos que merecem escapar do controle do nosso senso de parcimônia, e que devem, sim, nos subjugar. Qual o problema de nos mostrarmos frágeis de vez em quando? Quem disse que nós só devemos abrir a boca quando tivermos certeza do que sentimos, posto que a certeza muda tanto com o passar do tempo? Num mundo sem toques, olhares e os sons das vozes, de carinhos vazios de Twitter e Facebook, protegidos pela tecla de um computador, o grande desafio do ser humano é ir além do “cutuco” das redes sociais, pegar um carro, enfrentar o trânsito, subir o evelador, tocar a campainha e dizer, sem medo, o que sente. Essa geração, que começou na minha, quando a AIDS explodiu e nós ignorávamos a realidade da doença, aprendeu que é preciso se distanciar para não se envolver. Para ela, o futuro dos Jetsons chegou de fato — não em termos dos carros voadores, mas dos capacetes invisíveis que protegem do contato físico e mantêm as emoções enclausuradas numa sinistra assepsia.
Como dizia o grande Cazuza, eu preciso dizer que te amo. Antes que seja tarde demais”.
Eu tenho certeza que muitas pessoas se indentificaram com a amiga do Bruno. Parece que nos dias de hoje as pessoas, além de medo, tem vergonha de dizer “eu te amo”.
É claro que não vamos sair por aí banalizando a frase mais linda e romântica que existe no mundo. Mas quer saber, eu prefiro cansar de dizer do que depois me arrepender!…
E aí? Não deu vontade de pegar o celular e ligar para alguém, rsrs!!
Say I do.
Diga EU TE AMO quando o coração pedir!
Durante anos fui “durona” pelo mesmo motivo: “medo” de ser tachada como mulher fácil ou mulher bobinha, sei lá. Dizer “TE AMO” é muito forte, não se diz a qualquer um.
Mas quando estamos num relacionamento sério, ok dizê-lo ao amado, não é mesmo? Ou estamos com a outra pessoa somente pra passar o tempo? Antes só do que mal acompanhada…
Foi assim que a “duras penas” aprendi que não era tão difícil, e era gostoso dizer EU TE AMO pro cara que eu amava, meu namorado, Dario! Isto foi em 2001. Não me lembro o dia em que eu disse. Mas eu nem esperei ele me dizer, EU disse antes.
Foi uma história de amor muito linda, engraçada, bem maluca, no começo eu nem sabia se queria namorar, achava ele muito nerd pra mim… não vou contar agora como começou, como foi, deixo pra outra hora.
Lembro exatamente como e quando foi a primeira vez que ELE me disse EU TE AMO! Sim, porque ele percebia a minha resistência em dizer essas palavras e quando ele disse essa frase foi muito inesperado pra mim também! Foi no dia 01/11/2001! Foi depois de mim, claro!
Nosso NAMORO durou um pouco mais de 2 anos. Em 01/11/2003 (vejam a coincidência da data, nada a ver, mas tudo bem…) ficamos noivos!
Dias mais felizes de nossas vidas, muitos planos, dias que estávamos nas nuvens…
Sabem aquela frase: “Abriu-se um buraco sob meus pés”? Foi o que senti… um imenso abismo…
Em 28/11, ou seja, 27 dias depois, Deus o levou com apenas 28 anos de idade, também numa morte estúpida, impossível entender. Mas não adianta, não há respostas. A saudade dói, mas o tempo me ajuda a levar a vida adiante…
Este texto que você publicou hoje, Camila, me fez lembrar o quanto o Dario me amou, e o quanto ele soube, através das minhas atitudes e não só das palavras “EU TE AMO” que eu disse a ele, o quanto eu o amei!
Já faz 8 anos que ele se foi e parece que foi ontem…
Meninas: não digam EU TE AMO pra qualquer um (falar da boca pra fora, é fácil), mas se vocês AMAM realmente o cara com quem vocês estão, demonstrem não só com gestos, mas com palavras.
Nós mesmas, quantas vezes não queremos ouvir dos caras um “EU TE AMO”? Somente gestos não são suficientes, não é mesmo?
Beijos e boa semana a todos!
Que texto lindo e comovente.
Eu digo “eu te amo” todos os dias para o meu noivo… e sei que ele não cansa de ouvir.
Porque é a mais pura verdade!!!
Que lindo!
Deu uma vontade enorme de ligar p meu namorado para dizer “eu te amo”… assim que puder, eu ligo rsrsrs
Meu Deus,
primeira vez depois de anos que li algo que realmente me emocionou.
Sou uma garota de 19 anos exatamente como a moça da história, e isso tem me atrapalhado bastante nos meus relacionamentos, eu amo mas nao digo com medo de passar por boba e hoje (neste exato momento) me arrependo de nao ter dito eu te amo e ter largado a pessoa que eu realmente amava por nao saber o que fazer com tal sentimento que nao soube segurar.hoje, me vejo sem a pessoa que eu amei ou amo e esperando, ansiosamente,encontrar alguem para que eu possa dizer EU TE AMO, pois depois deste texto espero ter curado a ferida que provavelmente foi aberta por uma infância de casamentos frustrados.